24 julho, 2013

Resenha: "Capitães da areia" - Jorge Amado [+ convite à peça em BH]

 Capitães da areia foi um dos poucos livros literários que li durante o tempo em que fiquei fora do blog. Uma graaande amiga que conheci na faculade - que, convenhamos, tem um nome LINDO: Giovanna hahaha -, provida de grande empolgação, quase que me intimou a ler seu livro, tendo como argumento o fato de tê-lo achado simplesmente PERFEITO. Infelizmente, ou felizmente, ela é muuuuito persuasiva, e eu acabei por arrumar alguns minutos durante as viagens de ida e volta para BH - destinados principalmente à tirada de atraso do sono - e entre as horas de estudos em minha segunda casa: a biblioteca.
 Nunca poderia imaginar o quanto Capitães da areia - que eu insistia em ler Capitães DE areia rsrs - tocaria fundo em meu coração, mudaria meu modo de pensar, me emocionaria. É uma história tããão linda, que, além de convidar-lhes a conhecer um pouco dela por meio da resenha que virá a seguir, deixo aqui um banner de divulgação, para que os que moram em BH e região aproveitem a oportunidade de assistir a peça que será apresentada de hoje (24/07) até domingo (28/07)! 


Agora, informados todos vocês - bora lá, galera! Vou voltar mais cedo pra BH, porque simplesmente NÃO POSSO PERDER ESSA PEÇA! -, vamos à resenha! :D


Título: Capitães da areia
Autor: Jorge Amando
Páginas: 280
Editora: Companhia de bolso
Ano (edição): 2009
Ano (publicação): 1937
ISBN: 9788535914061
Classificação: 
Skoob: Capitães da areia
Estante: Histórico de leitura

Sinopse: Publicado em 1937, pouco depois de implantado o Estado Novo, este livro teve a primeira edição apreendida e exemplares queimados em praça pública de Salvador por autoridades da ditadura. Em 1940, marcou época na vida literária brasileira, com nova edição, e a partir daí, sucederam-se as edições nacionais e em idiomas estrangeiros. A obra teve também adaptações para o rádio, teatro e cinema. Documento sobre a vida dos meninos abandonados nas ruas de Salvador, Jorge Amado a descreve em páginas carregadas de beleza, dramaticidade e lirismo.

Sinopse¹: Capitães da Areia, a história crua e comovente de meninos pobres que moram num trapiche em Salvador e clássico absoluto dos livros sobre a infância abandonada, assombrou e encantou várias gerações de leitores e permanece hoje tão atual quanto na época em que foi escrito.

Resenha

Mais de cem meninos, alguns nas ruas, outros amontoados em um velho trapiche beira mar. Todos ladrões, brutos, bárbaros, assassinos, estupradores, que só fazem enganar. Na verdade, são mais de cem meninos que, por algum motivo, tiveram sua infância roubada, não tiveram pais, condição de vida, amor ou atenção. Têm apenas irmãos, vários, todos eles empenhados em sobreviver. Mas de que maneira se pode sobreviver quando se vive nessa condição?
Essa é a questão abordada no clássico de Jorge Amado: Capitães da areia. Uma história que toca a alma, e que, embora tenha quase um século de existência, possui personagens reais, atuais e que vemos em quase toda esquina das ruas de nossas cidades. É um lado da vida, que, provavelmente, muitos que leem o livro não experimentam, nem sequer imaginam que suas vidas são perfeitas, que seus problemas e suas frustrações nada são perto do que vivem os pobres meninos capitães da areia.
Sim, eles continuam sendo meninos. Eles continuam tendo olhos de meninos, mesmo que cometam atos tão adultos, tão cruéis para simples crianças. E é isso que maioria deles sonha em ser: simples crianças, com um pai e uma mãe para dar-lhes um lar, para os amar.
É até difícil de se expressar quando o assunto é essa maravilhosa obra de Jorge Amado, que pesquisou a fundo a realidade do grupo de meninos da Bahia para transcrevê-la. A riqueza contida naquelas páginas, o sentimento, a dor e a pobreza, retratados todos como de fato são, como eram os capitães de areia, e como muitos continuam sendo.
O personagem principal é, obviamente, o chefe dos capitães da areia: Pedro Bala. Um garoto mais jovem e menor que vários do grupo, mas que fez os capitães ganharem força, visão, porque ele era inteligente, um grande estrategista, e se arriscava sem pestanejar pelo bem de seus irmãos de alma. Seu rosto infantil, já naquela época, era marcado pela violência que fazia parte do seu dia a dia.
Mas não é só com sua história que nos emocionamos... Sem-pernas: coxo, cruel, que só deseja ganhar o que nunca teve: amor. Volta-seca: pistoleiro, afilhado de Lampião, que sonha em ser cangaceiro. Professor: apaixonado por livros, ótimo desenhista e estrategista. E ainda tem o Pirulito, o Gato, o João-grande e a Dora, A DORA! Todos sofredores, abandonados, ladrões. Todos capitães... Capitães da areia.
Não preciso dizer mais nada. Só que esse livro, de fato, merece toda apreciação. É uma história linda, emocionante, triste, é claro, embora também feliz, à sua maneira. Abra seus olhos, abra seu coração, absorva a maravilhosa história dos meninos do trapiche, dos jovens capitães das ruas baianas. Com certeza nunca irá se arrepender, na verdade, vai se arrepender sim, de ter demorado tanto para começar a ler.

Recado dado, pessoal!
Espero que tenham gostado.
E espero que leiam, e que, os que puderem, assistam a peça.
Um grande beijo para vocês!
Vão pela sombra.
Porque o sol é quente! kkk

2 comentários:

  1. Classico!
    Li esse livro para o vestibular!
    Adorei ver uma resenha dele!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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    Respostas
    1. E a gente pensa que não vai ler livros bons pro vestibular, né! kkkkk
      *---*
      Obrigada pela visita!

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