02 fevereiro, 2013

Resenha: "O Punhal" - Jéssica Anitelli

 Mais um livro de book tour. Este chegou até mim rapidinho, por incrível que pareça meu nome estava no início da lista, pela primeira vez rsrs. Bom, vou expressar nesta resenha minha mais sincera opinião, o que não é maldade para alguns, nem favor para outros, mas é minha obrigação fazer. Antes de tudo gostaria de ressaltar que a opinião de um não vale pela de todos, portanto, da mesma maneira que eu gostar de algum livro não significa que todos gostarão, eu não gostar de uma história não quer dizer que ninguém gostará.

Título: O Punhal
Autora: Jéssica Anitelli
Páginas: 320
Editora: Dracaena
Ano: 2012
ISBN: 978-85-64469-71-6
Categoria: Ficção, Mistério, Fantasia, Contos brasileiros, Literatura brasileira. 
Classificação: 
Skoob: O Punhal

Sinopse: Seus olhos verdes sempre cruzavam com aqueles olhos gélidos durante a noite. Ao vê-los, junto com aquela pele esbranquiçada, o coração disparava, os pelos do corpo arrepiavam e a boca secava. 
 Eram essas as sensações que Diogo sentia ao ver a figura daquele homem que o seguia desde criança. Sentia medo, lógico, mas por outro lado tinha a sensação de que algo em sua alma os ligava. Mal sabia que Augusto, um vampiro com mais de 100 anos, tinha planos para ele, planos esses que envolviam sua ida para a vida noturna. 
 Após a noite em que o sangue de Augusto tocar seus lábios sua adolescência nunca mais será a mesma, se tornará sombria, tenebrosa, intrigante e ao mesmo tempo fascinante. 
 Mas conseguirá ocultar lembranças e sentimentos humanos? Esquecerá o amor por Júlia? 
 As mudanças sofridas no início de sua existência noturna serão baseadas em Henrique, um vampiro que possuía os mesmos olhos verdes de Diogo e de sua família, tão verdes quanto às esmeraldas contidas no punhal.

Sobre a autora: Jéssica Anitelli nasceu na cidade de Leme, no interior paulista, em 1990. Atualmente mora em Guarulhos e cursa Letras na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
 Desde criança é apaixonada por livros, principalmente com a temática fantástica e sobrenatural. Ama ouvir música e desenhar no tempo livro, isso quando não está escrevendo.
 O Punhal é seu livro de estreia.

Resenha

 Diogo, assim como todos os membros de sua família por parte materna, que, a propósito, só continha mulheres antes de seu nascimento, possuía olhos sobrenaturalmente verdes. Nunca poderia adivinhar o motivo para essa tão bela característica, mas nem poderia refletir nisso com tanta perturbação devido a, desde pequeno, ser seguido e vigiado um misterioso homem de pele mais branca que o comum.
 Completamente apaixonado por sua namorada, Júlia, a primeira que não se submeteu tão facilmente a seus encantos proporcionados pela união entre sua beleza e aqueles olhos tão lindos, não sabia do que seria capaz para protegê-la. No caso, transformada sua vida, totalmente comum, em morte, numa existência noturna, desobedeceria todas as regras para ficar a seu lado e mataria qualquer um que ameaçasse colocá-la em perigo.
 Como os leitores mais antigos do blog sabem, não gosto muito de histórias de vampiros. Na realidade, não é dos vampiros que não gosto, é do fato de, normalmente, os autores que abordem o tema não serem lá muito originais. Embora os vampiros de O Punhal não brilharem ao toque da luz solar, os bebedores de sangue não são os mesmos após a dominação dos Cullen.
 Não consigo me lembrar de O Punhal sem ter em mente: é um fanfic da Saga Crepúsculo.
 Apesar de alguns pontos bastante diferentes em relação ao tempo anterior à transformação de Diogo em vampiro e não existirem "vegetarianos" na história, maior parte dos conceitos e acontecimentos do livro têm MUITO do que tem na famosa criação de Sthepenie Mayer. Já podem imaginar que meus motivos por não gostar de livros que falem sobre vampiros estavam todos dentro de O Punhal...
 Ainda assim me parece que a autora, Jéssica Anitelli, fez uma pesquisa in off e mudou algumas coisas. Foi essa atitude que tomei ao escrever meu conto sobre vampiros que foi selecionado para a antologia Amores Imortais. Descobri características fantásticas que não foram utilizadas por Mayer em seus livros, e a Jéssica, ou teve uma boa imaginação para essa parte, ou leu publicações falando sobre a lenda.
 Em relação à redação da história. Achei que deixou muito a desejar. A edição do livro não estava ruim, os erros eram as tão comuns vírgulas em lugar errado, porém não foi seguido um padrão, principalmente no início do livro. No primeiro capítulo a história se passou em ritmo de conto, sem detalhes, apenas a apresentação dos fatos. Eu, sinceramente, não acho essa uma boa maneira de começar, fica muito cansativo e já trás um pré-conceito do livro em sua totalidade.
 Um ou dois capítulos depois de a história seguir seu rumo correto, com cenas mais bem explicadas, a redação mudou de simples a novamente estilo Saga Crepúsculo, com frases mais curtas e parágrafos lotados de pontos finais, porém, em seguida voltou ao estilo anterior. No geral, achei as palavras escolhidas com pouco critério de seleção, estando elas lá a qualquer maneira, sem transparecer ou inserir o mundo fantástico por meio da descrição de maior parte da história.
 Ainda, algumas vezes fiquei com muita raiva do casal protagonista, por ambos agirem de forma completamente sem nexo em algumas partes. Por fim, não gostei do nome vampiro inimigo maior, achei totalmente inexpressivo e não condizente. Nelson. A sonoridade na pronúncia não é boa, para mim, embora a figura em si seja sem dúvidas de vilão por si só, o nome não convenceu.
 De todo jeito, apesar de todas as críticas negativas, gostei do final da história e acho que abriu um extenso leque para O Ritual, o próximo livro. Acredito também que a autora, que cursa Letras, deve ter adquirido mais experiência nesse intervalo de tempo e que tratá isso à tona agora, além de que, por meio da opinião de seus leitores, tomará mais cuidado, a fim de não cometer os erros anteriores.
 Bom, já expliquei o motivo da nota 3, mas ainda não falei do trabalho digital. Gostei da capa, sinceramente. Achei diferente e há três elementos que admiro: florestas, olhos e objetos cortantes - adoro punhais e espadas... É uma capa simples, porém encantadora.

Trechos

Aquele homem. O rosto pálido e as roupas pretas eram inconfundíveis... Sangue. Via sangue por todo lugar... Os olhos daquela mulher o hipnotizavam, eram grandes e negros. Ela o odiava... Muitas pessoas vestiam roupas pretas... O olhos acendiam-se, muito assustadores, vermelhos... O que era aquilo? Dentes pontudos. [...]
  Diogo acordou sobressaltado e todo suado. Passou a mão no rosto. Que pesadelo horrível." Páginas 33 e 34.

Isso é tudo pessoal!
Volto em breve com muitas novidades, uma entrevista e, também,
duas novas promoções!
:)
Um grande abraço... 

11 comentários:

  1. Olá Gih.
    Adorei sua crítica e concordo com quase tudo.
    Realmente O Punhal tem muitos problemas de escrita e houve tbm problemas na revisão, mas isso não vem ao caso, né? O que importa é o produto final e ele não está como eu gostaria que estivesse.
    No entanto, posso garantir que o segundo livro, O Ritual, está muito melhor. E a faculdade de Letras não ajuda ninguém a ser escritor, o que aprendi foi tudo por fora.
    E bem, sobre Crepúsculo, nunca li uma única linha sequer dessa série e nem assisti os filmes. Só posso dizer isso em minha defesa kkkkkkk
    Obrigada pela resenha.

    Abraços
    Jéssica Anitelli

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    1. Acho que é sempre assim Jéssica. Já fiz vários contos longos, de 50, 60 páginas, e TODA vez que os leio vejo erros a serem corrigidos, palavras que podem ser trocadas, trechos a serem melhorados, etc. Mas é assim que a gente aprende, com os erros. Me senti na obrigação de dizer o que realmente achei do livro justamente por isso; elogios fazem muito bem, mas as críticas ajudam a melhorar. Eu tenho ABSOLUTA certeza que o próximo livro estará muito melhor, porque sei que não adquirimos experiência de uma hora pra outra.
      Fiquei feliz por dizer que nunca leu a Saga Crepúsculo, e, embora eu ache a redação do livro de Sthepenie Meyer caprichosa - mas, também, foi traduzida e revisada por especialistas -, tenho que concordar com a pamela que comentou aí abaixo, pois sua imaginação foi além.
      Assim como meu autor parceiro e amigo, gostaria de parabenizar-te por esta visão e, confesso, fiquei com receio por dizer o que penso, com medo de te deixar magoada. Estou mais tranquila com isso e, espero pelo lançamento de O Ritual para poder lê-lo e elogiar sua evolução!
      :)

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  2. Bom, durante meu primeiro contato com a obra, cheguei a conversar com a Jéssica, pois a primeira impressão é de que realmente se parece levemente com a coisa que a Meyer escreveu. Digo isso pois infelizmente li e fim. Ela me alertou para o que disse acima: nunca havia lido uma linha sequer dos livros. Ou seja, comecei a raciocinar por uma outra cadeia de lógicas e qualquer pessoa com um pouco de leitura e uma boa formação perceberia finalmente que Jéssica deixa Meyer no chinelo. Pude ler alguns capítulos de O Ritual, e com certeza posso dizer que a escrita da autora com certeza foi aprimorada. Acho que isso acontece com a maioria que publica sua primeira obra.
    Enfim, vejamos como você encara o próximo livro da série^^

    Beijos.

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    1. Concordo com você pamela, tanto que citei isso no quinto parágrafo da resenha. Apesar das semelhanças à Saga Crepúsculo - que agora sei que são mera coincidência -, a Jéssica utilizou também elementos da lenta dos vampiros que eu já havia tido contato na pesquisa que realizei para criar um conto, coisas muito interessantes!
      Já faz um ano desde o lançamento de O Punhal, portanto, também concordo que "a escrita da autora com certeza foi aprimorada".
      Obrigada pelo comentário!

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  3. Oi Gih, estou no BT deste livro também e não vejo a hora de ler,
    Bjs, Rose.

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  4. Eu gostaria de parabenizar a autora por entender a crítica como incentivo.
    Eu recebi críticas quanto a revisão de meus contos, e corrigi para meu romance. Sempre "vigio" os blogs e escuto/leio a opinião dos meus leitores, isso é fundamental. A maioria tem pedido para eu incluir mais diálogos... rs

    Sabe, Gih, você também é escritora, algo que aprendi nessa dura vida de escrever é não me apegar aos meus livros, ou evitar, porque todo artista produz bons trabalhos e outros nem tantos. Eu sou artista plástico, estou acostumado a desfazer pinturas que não gosto, bem como abandonar livros pela metade... rs

    Quanto ao livro, sei que muitos irão gostar e outros não, pois essa é a vida de um livro, ser amado e não... Li um livro nacional outro dia que não gostei de nada mas que tem gente que adora. Com certeza a escritora tem seus muitos fãs e desejo todo o sucesso do mundo e sorte.

    Bjos

    P.S: Gih, quero resenha do meu livro... rs. Junta uns trocados para usar o desconto de parceiro... :P


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    1. Você está 100% certo Flavio! As críticas que recebi em meus contos também ajudaram a me aprimorar. Hoje a diferença é totalmente nítida!

      Bom, quando ao seu "P.S"... Estou tentando deixar dinheiro guardado pra comprar seu livro faz TEMPO! O problema é que nunca sobra nada - nem mesmo pra mim -, pois salário de estagiária não é muito bom e desde que comecei a trabalhar lá estava confiante em que passaria na UFMG, por isso tudo o que eu compro é em prol de me mudar pra BH. Mas no máximo até mês que vem vou adquirir AEcM12 ok?
      :)

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    2. Eu sou um escritor bem pidão-chorão... rs
      :D

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    3. Que nada! Eu que sou uma parceira enrolada kkkk.

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  5. eu gosto de livros de vampiros, mas se a pessoa fizer algo muito estranho fico sei lá
    sahhuuuhuhua as vezes eu me pergunto aonde ficaram os vampiros que só saiam a noite? xp
    ainda bem q esses nao brilham

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  6. Ficou ótimo seu blog... parabéns!!!!!!!!!!

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