04 outubro, 2012

Resenha: "Rei Lear" - Willian Shakespeare

A segunda peça terminada
Nessa semana um tanto tumultuada! 
 Uma rimazinha para fazer homenagem ao Bobo, personagem crítico da história da segunda Leitura Tri-Especial! Terminei-a em 4 dias, e até demorei demais pelo mesmo motivo da anterior. A escrita em versos faz a leitura ser muito rápida... Mas, deixando isso de lado, está na hora de conhecerem a peça que foi feita pouco antes de Macbeth e é considerada a terceira das quatro grandes tragédias do mestre Shakespeare.

Título: Rei Lear
Tipo: Texto Teatral
Autor: William Shakespeare
Páginas: 191 (239 à 430)
Editora: Abril Coleções
Edição (ano): 2010
ISBN: 8573840218
Categoria: Literatura inglesa
Classificação: ****

Sinopse: Ao chegar à velhice, Lear, rei da Bretanha, se vê obrigado a dividir seu reino. A maior desgraça para um monarca atingira-o: para protegê-lo e garantir sua sucessão, nenhum filho varão, apenas três filhas mulheres, Goneril, Regana (Regan) e Cordélia. As duas primeiras são casadas, respectivamente, com o Duque da Albânia (Albany) e com o Duque da Cornualha (Cornwall), olhos cobiçosos por sobre as terras bretãs, enquanto que Cordélia recusa-se a casar, para permanecer ao lado do pai. Mas o assédio de estranhos pelo reino não é o mal maior do qual padece o rei. A progressiva dificuldade de discernir as atitudes e os discursos daqueles que o cercam, o embotamente da percepção da sinceridade e da falsidade humana e a suspeita errônea de onde viria a traição são os males fatais para o outrora grande monarca. A tragédia O Rei Lear foi escrita em 1606 por William Shakespeare (1564-1616) – aquele que transformava em ouro literário os menores e maiores sentimentos humanos. Não por acaso Shakespeare deixou para criar na idade madura o seu protagonista que melhor resume o desgaste e a decrepitude que assolam o homem. Um dos grandes clássicos do teatro [...]. 
 Obs: As palavras entre parênteses indicam os nomes originais
 que estão presentes na versão 3 em 1 e é outra tradução.

Resenha
 Embora ache que em questão de qualidade as duas peças ficaram emparelhadas, preferi a história de Rei Lear à de Macbeth. As diferenças que estão no real deixaram-na muito mais interessante e as divergências foram tantas que chegaram a me deixar "embaralhada", mas isso não a fez ficar ruim, pelo contrário, fico imaginando a peça e é certeza de que é incrivelmente rica. Há também um leve humor em algumas partes, mas muito sutil. Bem, estou dando opinião antes da hora rsrs, vou primeiro contar-lhe um pouco a respeito da ideia central da história do grandioso e inteiramente ingênuo Rei Lear.
 Já velho, mas nem tanto, o viúvo rei britânico não possuía filhos homens para entregar o reinado, apenas três filhas, sendo duas delas casadas com os duques da Albânia e da Cornualha. Estas eram, Goneril, cujo marido era o Duque de Albany, e Regan, esposa do Duque de Cornwall. A outra irmã, a caçula Cordélia, tinha apenas alguns pretendentes. - Decidido a passar a sua velhice livre de certas obrigações, Lear, decide dar seu poder à suas filhas, porém escolheria a parte de cada uma ao comparar o amor que cada uma tinha por ele próprio. 
 Goneril, a mais velha, dá a sua demonstração, totalmente bajuladora embora não consiga esconder seu autoritarismo, ainda assim o rei gosta de suas palavras. Regan mente com sua irmã, mas sua natural delicadeza em face e palavras deixa o rei ainda mais comovido, e desta maneira ele lhe promete parte maior que a de sua outra irmã. Então chega a hora de Cordélia, a favorita, que começa a falar na presença dos homens que seriam logo após sujeitos à escolha de qual sera seu esposo, mas ela dita a verdade de seu coração, que o amor que tinha por seu pai era grande, mas não se casaria para continuar amando apenas a ele, dividiria seu amor com seu marido, mas nunca deixaria de lado o sentimento pelo pai. 
 O rei toma as palavras de Cordélia como sendo duras e frias, então ele a deserda. O Conde de Kent, muito amigo de Lear e tão verdadeiro a ponto de  em certas ocasiões ser inconveniente, alega duramente ao rei que ele está sendo injusto no julgamento de Cordélia, e acaba sendo expulso do reino. Já os pretendentes dela insistem que depois de tudo ela é muito menos significativa, precisando de um dote maior para "levá-la", mas o Rei da França, encantado com sinceridade a moça, aceita-a sem levar nada em troca.
 Com essa confusão começa a história. Esse é basicamente o resumo do primeiro ato. Depois de um tempo, Lear, vivendo junto de Goneril, perceberá a real face de sua filha e ao pedir auxilio à outra terá o mesmo tratamento. Há também a história paralela, que se entrelaça com a principal, que é a do Conde de Gloucester, que possuía dois filhos. O mais velho, Edgar, um homem calmo e dedicado, e Edmund, filho bastardo, com sede de poder. Edmund, em seu jogo de intrigas, distorcerá toda a imagem de Edgar para com o pai, "apunhalando" os dois pelas costas.
 Toda a trama é envolvida por pais bondosos e seus filhos, que, embora irmãos eram muito diferentes no caráter. Gostei do jeito com que Shakespeare abordou isso tudo, e foi bem compreensível quanto ao rei. O papel de Edmund foi bem clichê de vilão, mas as duas irmãs já tratavam o pai com desdém por ser um velho e por terem pensamentos próprios, embora os de Goneril fossem um tanto dominadores. 
 O final é trágico, obviamente, essa é uma tragédia, como Macbeth, mas bem mais trágico do que eu esperava, ainda mais pelos toques de humor em alguns trechos. Houve muitos disfarçados no decorrer da história e isso me deixou bem curiosa sobre como seria um ator fazendo um papel de um personagem disfarçado. É comum ver isso na TV, mas em teatro deve ser bem legal, principalmente quando o disfarce é engraçado e todos os outros personagens "entram na onda". O Bobo do rei dava mais crítica do que graça, pois tudo o que ele falava alertava Lear de sua ingenuidade e da maldade presente em suas filhas, além de outros assuntos em geral. 
 Como disse no início dessa resenha, gostei mais de Rei Lear que Macbeth por ser mais real, mas deixo os dois com a mesma classificação por não distinguir tanto assim meu sentimento de um pelo outro. Essa trama, por sua vez, é maior e melhor elaborada, dando ainda mais enfoque à 'ajudinha' nada interessante que Shakespeare recebeu em Macbeth. E, por fim, digo que foi muito bom ler Rei Lear, e repito, que quero, mas quero é MUITO, assistir a peça. Quem leu sabe e quem ler vai saber que tudo envolvido nas cenas seria incrível de se ver. Bem, aproveitemos! Essa peça foi por muito tempo considerada impossível de ser realizada...

Trechos

Bobo

 Eu me pergunto qual o parentesco entre tu e tuas filhas. Elas mandam me açoitar por dizer a verdade; tu me farás açoitar se eu mentir; e às vezes sou açoitado por ficar calado. Eu preferia ser qualquer coisa que não bobo. Mas não queria ser tu, vovô. Tu descascaste o juízo pelos dois lados e não deixaste nada no meio. Lá vem uma das cascas. 
(Entra Goneril)." 

Página 282. Ato 1 - Cena IV.

Termina então a segunda resenha!
Agora só falta a maior e mais famosa peça, Hamlet.
Estou empolgada, espero que faça jus ao seu nome.
Macbeth e Rei Lear deram-me exatamente o que
eu imaginava ter na leitura, espero realmente
ser surpreendida agora...
Fique aguardando!!!
:)
Abraços...

8 comentários:

  1. adorei a resenha :) w.s é um dos meus escritores preferidos, pena q ele viveu a muito tempo

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    1. Ah eu acho isso um ponto positivo, mostra como ele era até mesmo à frente de seu tempo! É realmente impressionante ver obras datadas do início do século XVII serem tão incríveis e fáceis de se entender... :)

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  2. Ah, eu considero Shakespeare um gênio. Ainda não li essa peça, mas fiquei mais curiosa ainda! Vou ver se escolho esse na minha próxima compra.
    Adorei a resenha :)
    Beijos, Larissa
    Another Words
    http://anothersimplewords.blogspot.com.br/

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    1. Ai que bom que gostou Larissa! *--* Compre mesmo, vale a pena!

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  3. oi,
    amei sua resenha. Adoro Shakespeare, mas ainda nao li Rei Lear, irei!!
    adorei seu blog, curti no facebook
    estou te seguindo, segue o meu tambem

    http://www.lostgirlygirl.com

    bjos

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    1. Ai que bom Michele! Fico feliz que tenha gostado! Ah eu já sido seu blog faz um tempo rsrs, depois dou uma passadinha lá para dar um oi! *--*

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  4. Eu tenho uma enorme dificuldade para ler peças teatrais, portanto não li Shakespeare no formato padrão; preciso dar uma chance a ele... rs

    :D

    Off-topic: Gih, viu meu book trailer?

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  5. Li Rei Lear e posso dizer que vale muito a pena. A peça é de fácil compreensão e ao mesmo tempo muito rica em conteúdo e escrita. Eu "devorava" o livro até durante as aulas. ;)

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