09 outubro, 2012

Resenha: Hamlet - William Shakespeare

 Bem, hoje estou a concluir as resenhas da Leitura Tri-Especial! Esse post será um pouquinho maior, pois vou fazer um comentário geral do livro. Mas, ao ler Hamlet soube realmente de onde vem toda a fama de Shakespeare em relação à sua maior tragédia, que é incrivelmente bem escrita e tem um desenvolvimento fantástico. Portanto, conheça-a!


Título: Hamlet
Tipo: Texto Teatral
Autor: William Shakespeare
Páginas:  230 (8 à 238)
Editora: Abril Coleções
Edição (ano): 2010
ISBN: 8573840218
Categoria: Literatura inglesa
Classificação: *****

Sinopse: Hamlet é uma tragédia de William Shakespeare, escrita entre 1599 e 1601. A peça, passada na Dinamarca, reconta a história de como o Príncipe Hamlet tenta vingar a morte de seu pai Hamlet, o rei, executando seu tio Cláudio, que o envenenou e em seguida tomou o trono casando-se com a mãe de Hamlet. A peça traça um mapa do curso de vida na loucura real e na loucura fingida — do sofrimento opressivo à raiva fervorosa — e explora temas como a traição, vingança, incesto, corrupção e moralidade.


Resenha
 Muitos se perguntam de onde vem aquela filosofia tão famosa do "ser ou não ser, eis a questão". Há pouco tempo eu não tinha essa resposta, pois nunca ao menos tinha ouvido falar de Hamlet, ou se ouvi não me interessei o suficiente para saber mais a respeito. Tudo bem que no livro que eu li o "eis a questão" foi substituído por "essa é que é a questão", mas o sentido é o mesmo. Sim, a peça é o que dizem. De maneira significadamente melhor que Rei Lear e Macbeth. Já vai saber porquê...
 A história começa com dois membros da guarda real que trabalhavam no turno da noite e afirmavam que nas duas noites anteriores viram um fantasma que tinha a aparência do Rei Hamlet, falecido há dois meses. Horácio, amigo do príncipe Hamlet, não acredita e vai confirmar se existe ou não o fantasma, e eis que ele aparece: o fantasma do Rei da Dianamarca, vestido com uma bela armadura, e com o semblante triste. Antes de conseguir que o fantasma fale, um galo canta e ele vai embora. Horácio então corre para contar ao amigo que vira o espectro de seu pai.
 Hamlet, o príncipe, ainda estava de luto. O Rei supostamente morrera dormindo após ser picado por uma cobra, mas nem isso acalmava-lhe o coração. Seu tio, Cláudio, assumiu o trono e conseguiu conquistar a Rainha Gertrudes, viúva de seu irmão e mãe de Hamlet, que já se encontrava casada com ele. O príncipe, com razão, não gostava nada disso.
 Horácio, após ver o fantasma, conta a Hamlet o que aconteceu. Determinado em encontrar o fantasma do pai, o jovem vai para junto dos guardas na noite seguinte. O espírito surge e o chama, e ele não exista em ir a seu encontro. Então o fantasma lhe faz uma grande revelação: Sua morte não foi por veneno de uma cobra do mato, pois a cobra que o envenenou se encontrava agora em posse do próprio trono. Cláudio o havia assassinado, e o Rei queria que Hamlet vingasse sua morte, matando-o também.  Desta maneira, iniciam-se os conflitos internos de Hamlet, que ficava a cada dia mais perturbado com o que sabia e o que lhe foi incumbido fazer. 
 Foi a melhor das três peças, sem dúvidas. Tão envolvente que eu, literalmente, não vi o tempo passar. Assustei ao ver que tinha duas horas de leitura, pois pensava que não chegava a meia hora. Hamlet é uma história bem conhecida, pois se trata de uma versão modificada de uma lenda Dinamarquesa, mas Shakespeare colocou sua essência na história, e ela acabou sendo totalmente original e esse sucesso mundial. 
 Os conflitos internos do príncipe são claros, entretanto, acho que exageram um pouco ao dizer a questão do "ser ou não ser". Obviamente há tudo isso envolvido, mas não o foco propriamente dito. A questão está mais voltada para o caráter e o que as pessoas são capazes de fazer para chegar ao poder, assim como Macbeth e sua esposa, e as duas filhas do Rei Lear. Esse é o foco central das tragédias de Shakespeare, totalmente realista, pois no mundo do poder as coisas funcionam assim; fazem de tudo para assumir o mais alto posto.
 Outro equívoco em relação à fama da peça é, para quem já ouviu falar sobre o assunto, a associação da cena do cemitério com o poema do "ser ou não ser". São TOTALMENTE distintas, não tem a mínima semelhança. A cena do cemitério é quando preparam o túmulo de Ofélia, a amada de Hamlet. Já a do "ser ou não ser" é dentro do castelo, em um momento de reflexão do príncipe, e logo em seguida ele encontra a moça, que o aguardava para uma conversa. 
 Apesar disso tudo, nada conseguiu desvalorizar a leitura dessa maravilhosa tragédia, cujo final foi digno de aplausos. Tão trágico e bagunçado que chegou a ser engraçado, embora não possuísse ao longa da narrativa o humor de Rei Lear. Hamlet é uma mistura de fantasia e realidade, com nada singelos toques das duas outras peças que resenhei nos últimos dias. Mas ler esse livro vale ainda mais a pena, pois a leitura surge tão natural e tranquila que não precisamos de esforço algum para concluí-la. Bem, alguém sabe se por aí apresentam Hamlet? Eu adoraria ir assistir! 

Trechos

Hamlet

Ser ou não ser, essa é que é a questão;Será mais nobre suportar na menteAs flechadas da trágica fortuna,Ou tomar armas contra um mar de escolhosE, enfrentando-os, vencer? [...]"

Página 118. Ato 3 - Cena I

Comentário Geral

 Não vou repetir as resenhas, já sabem o que achei de cada uma das peças. Quero falar um pouco a respeito da edição, do livro em si, da Abril Coleções. 
 Gostei da tradução da Bárbara Heliodora e o final do livro, onde fala sobre a Vida e a Obra de Shakespeare. Muitas coisas interessantes foram contadas ali! Entretanto, não gostei das introduções às peças, se é que aquilo poderia ser chamado de introduções. Nem de resumo pode ser chamado. É uma resenha, e cheia de spoiler, que contam quase TUDO o que se passará no livro e ainda a interpretação que a própria tradutora deu. Não gostei simplesmente por não permitir que tiremos nossas próprias conclusões a respeito da obra, pois já nos foi passado anteriormente as percepções quanto à visão de outra pessoa. 
 Seria muito interessante se essa introdução tivesse sido colocada no final de cada peça. Assim, seria possível que o leitor refletisse, e pensasse em concordar ou não com o que foi exposto naquele comentário. Entretanto, já começamos a ler a história com algo na cabeça, com o que esperar, e por vezes não foi aquilo que a tradutora achou que eu achei. Toda leitura tem a interpretação de acordo com o próprio leitor. Nem todo mundo gosta, nem todo mundo acredita que o que nos foi passado foi aquilo que de fato nos foi passado. E daí? É uma leitura individual, nossas mentes não são coletivas! 
 Já fiquei sabendo através de alguns colegas de escola que maioria das traduções de clássicos como os de Shakespeare têm introduções. Mas sou alguém que não concorda com esse hábito. Deixemos cada um ter seus próprios pensamentos, sentir e refletir tal trecho, tal cena, de acordo com nós mesmo, com nossos conceitos e pré-conceitos, com nossa própria noção da vida, do bem e do mal, do ser e do não ser. Seria uma leitura muito mais proveitosa se assim fosse.

Bom gente, essa foi a resenha!
Espero que tenham gostado dessa pequena série
de leitura de clássicos tão famosos
e que venham a lê-los também!
:)
Abraços...
E até a próxima!

11 comentários:

  1. Nossa como sou doida pra ler! Doida doida e doida pra ler! Quero ler alguma coisa dele a um tempinho, e vi esse livro sendo citado em outro livro que adorei e isso só me fez ter mais vontade. Agora de novo! Nossa, tenho que arrumar esse livro...Mesmo que seja peça teatral, não dá pra resistir, clássicos são a minha área *0*

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  2. Não curto esse tipo de leitura...
    Adorei a resenha, mas não leria esse livro por que me interesso mesmo :p
    Talvez eu assistiria o filme...

    BJokas e parabens pela resenha!

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    1. Ahh Flavia, que pena! Mas esse tipo de leitura não agrada todo mundo mesmo, é normal! Nunca vi o filme, se chegar a assistir me fale o que achar ok? :)

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  3. Apesar de nunca ter lido Hamlet, já assisti 2 montagens totalmente diferentes uma da outra. Confesso que a primeira montagem teatral que vi foi tão ruim que eu criei um certo preconceito com essa peça, mas então assisti a "TELMAH - Um estudo sobre 'Hamlet-Máquina' de Heiner Müller" e foi simplesmente incrível!
    Duas montagens distintas, e longe de serem como a obra prima, mas que me deixou curiosa sobre a questão.
    Assim que tiver a oportunidade, lerei.

    Ótima resenha, flor! *-*
    Um beijo - Bianca

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    1. Ah Bia, eu gostei MUITO da original! Acho que você ia gostar também, leia mesmo! *--*

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  4. Olá!
    Gosto muitoooo de Shakespeare, e Hamlet com certeza é o clássico do clássico. Mas acho que a minha obra preferida dele ainda é Macbeth hehe
    Parabéns pela resenha!
    Beijos

    Andressa
    umdiaacadalivro.blogspot.com.br

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    1. Ah Macbeth é muito bom, mas eu preferi Hamlet, achei que foi um pouco mais completa, embora a abordagem do assunto fosse bem parecida, mas em perspectivas diferentes... Obrigada Andressa *--*

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  5. Amiga Nerd.... Hamlet.. oaskdoaskdo lindo lindo


    Coments Respondido em http://tematoa.blogspot.com.br/2012/10/na-minha-estante-1-harlan-coben.html
    Me visita?
    Guilherme Kunz
    www.tematoa.blogspot.com.br

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    1. kkkkkk Não sei porque Nerd, é só cultura clássica rsrs.
      Visito sim! :)

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  6. Olá sou louca pra ler o livro e ver a peça, só vi na TV mas é diferente né

    Parabéns pela resenha

    bjos

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